terça-feira, 27 de dezembro de 2016

UNIVERSO GEEK SUPER HERÓIS - precisa-se de revisor de texto com experiência

Olá.
Hoje, mais uma vez falo de livro. Hoje, mais uma vez faço referências à cultura pop mundial, porque o livro de hoje fala justamente disso.
O editor veterano Franco de Rosa continua em sua atividade atual, de organizar minienciclopédias com matérias escritas por ele e outros colaboradores sobre super-heróis e outros assuntos de relevância pop. Todos publicados pela editora Geek, ex-selo da editora Discovery Publicações. Só em 2016 já foram três: em abril-maio, foi lançado o livro Os Segredos dos Super Heróis; em setembro, o livro Universo Nerd – Essencial Heróis; e agora, em dezembro, este, UNIVERSO GEEK – SUPER HERÓIS, que chegou às bancas há pouco, no início do mês.

O livro tem características similares a Essencial Heróis: capa cartonada e laminada com orelhas, 256 páginas coloridas em papel semi-ofício, muitas ilustrações, e matérias sobre assuntos pop – neste número são 18 matérias. E um preço pouco convidativo, mas que a qualidade da impressão justifica: R$ 39,90.
Desta vez, não há capítulos polêmicos, ou talvez quase – se considerarmos a presença mais constante de tropeços na ortografia, informações confusas, desencontradas e incompletas, e erros presentes nas legendas das ilustrações, como legendas trocadas ou mesmo ilustrações trocadas. Tudo indicando que o livro foi feito às pressas. E olha que a turma de colaboradores já havia demonstrado maior competência nos volumes anteriores! Mas este volume cuidou de trazer ao público interessado em cultura pop assuntos diferenciados dos outros volumes. Coisas que, possivelmente, você não sabia. Tem até sobre literatura.
Well. Nas orelhas do volume, uma listagem dos mais conhecidos heróis da Marvel e da DC Comics – cada editora ocupa uma orelha com suas listas. Nas páginas iniciais, um texto de apresentação do editor, sobre os super-heróis e a cultura geek – nem vou me dar ao trabalho de fazer reflexões a respeito da cultura geek, meus 17 leitores já estão com filmes de super-heróis, quadrinhos e outros assuntos pop chegando ao nível de seus narizes em um verdadeiro mar de informações sobre como escapar da realidade. E aí, vamos para os capítulos, e seus respectivos colaboradores.
O capítulo I tem autoria de Simone Bernardo: Capitão América – As Várias Mortes do Campeão da Vitória trata de dez ocorrências em que o Sentinela da Liberdade morreu ou foi dado como morto. Além do célebre atentado que sofreu em 2007, houve vezes em que Steve Rogers sucumbiu com o universo normal da Marvel Comics, durante eventos de caráter cósmico, sabia?
No capítulo II, Doutor Estranho – Além das Portas da Percepção, de Paulo Lerosi, praticamente um dossiê completo do personagem do momento nesse quarto trimestre de 2016 (já que foi em novembro que estreou o filme). Praticamente tudo que diz respeito ao Mago Supremo da Marvel: origens, bastidores de criação, inimigos, aparições na TV e no cinema, primeiras publicações no Brasil.
De Sônia Gutemberg é o capítulo III, Os Super-Heróis Renascendo das Cinzas, sobre como o atentado de 11 de setembro de 2001 afetou as HQ de super-heróis. Dentre os maiores afetados, esteve o Homem-Aranha e seu desenhista naquele instante, John Romita Jr.
De Gutemberg também é o capítulo seguinte, o IV, Transformers – Origem. Não muito a respeito dos célebres veículos que viram robôs e vice-versa, desde a idealização dos brinquedos pelas empresas Hasbro e Takara, já que nem datas exatas de surgimento da franquia ela traz, nem a listagem de todas as séries produzidas, e as referências aos filmes são passadas por alto. Mas você sabia que as primeiras HQ dos Transformers estiveram a cargo da Marvel Comics?
O Capítulo V, Legião dos Super-Heróis – Os Clássicos Adolescentes Superpoderosos, de Raphael Candia, trata já de assuntos relacionados à DC Comics. Trata da primeira equipe de jovens heróis da história das HQ – antes dos X-Men bombarem, antes dos Jovens Titãs bombarem. Graças ao reforço do então ídolo da “galera”, o Superboy, e de sua prima Supergirl e, mais tarde, graças aos roteiros de um menino de 14 anos – Jim Shooter.
O Capítulo VI já faz o livro fugir do tema-título: Guerra e Matemática – Ciência e História em Tela Grande, de Clarissa Ortega e Franco de Rosa, tratam de produções cinematográficas que combinam acontecimentos reais de guerras – principalmente a 2ª Guerra Mundial – e matemática. Sim, sabia que houve ocasiões em que a diferença entre a vitória e a derrota de um exército esteve na resolução de cálculos complexos? Em destaque, os filmes Enigma (2001), O Jogo da Imitação (2014) e U-571, que tratam, os três, dos esforços dos aliados para quebrar os códigos do aparelho Enigma, uma das ferramentas mais eficientes do exército nazista.
A seguir, o capítulo VII, Os Vingadores – A Grande Saga da Marvel, de Franco de Rosa, que esquadrinha toda a carreira dos Vingadores, algumas histórias importantes e versões de universos alternativos. Porém, nenhuma novidade. Nada que um fã de HQ “marvete” já não saiba.
De Franco de Rosa também é o capítulo VIII, Batman – O Lado Vampiro do Morcego, sobre as vezes em que o Cavaleiro das Trevas se envolveu com vampiros, ou se transformou em vampiro. Nos quadrinhos e na TV. Principalmente nos universos alternativos da DC.
Capítulo IX: Filmes de Horror – Psicologia e Termômetros Emocionais, de Paulo Amaral. Uma possível análise do porquê o gênero terror, no cinema e nos quadrinhos, fazer tanto sucesso, por mais repugnante que o filme em questão seja.
No capítulo X, Heróis da TV – As Séries de Super-Heróis, de Ramona Baptista, uma análise das séries que estão atualmente fazendo sucesso na televisão propriamente dita e no streaming de internet. Apesar do tom confuso, como se a matéria tivesse sido rasgada em pedaços e depois juntada de forma aleatória; e a autora ainda esquadrinha as carreiras dos heróis referidos nos quadrinhos, ao fazer as devidas considerações sobre Supergirl, Smallville, Luke Cage, Demolidor, Flash e Arrow.
Capítulo XI: Quadrinhos Mudos – Quando as Imagens Contam Toda a História, dos Amigos do Estúdio F.R.E.E., tratando a respeito das HQ que não utilizam palavras, principalmente as de humor – com destaque para as HQ do hispano-americano Sérgio Aragonés. Inclui depoimentos de especialistas da área das HQ sobre a arte de produzir HQ pantomímicas.
No capítulo XII, Trilogia Peculiar – O Poder das Imagens, de Amanda Amaral, é tratado sobre a série literária de grande sucesso do momento, O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, de Ramson Riggs, também conhecida como “X-Men Gótico”, e adaptada para o cinema este ano por Tim Burton. Série que fez sucesso, entre outras coisas, pela utilização de fotografias antigas como base para um enredo... hum... peculiar de fantasia.
Capítulo XIII: Homem Aranha – Sempre Forte, Sempre Apanha, de Bianca Palumbo. Outra matéria esquadrinhando a carreira do Amigão da Vizinhança até os acontecimentos mais recentes. E, desta vez, marcado por um grave erro de edição das imagens.
Capítulo XIV: Gerações – Os Inusitados Super-Herdeiros, de Adriano Reis, trata sobre a trilogia Superman & Batman – Gerações, de John Byrne, onde imagina uma realidade em que os super-heróis da DC envelhecem em tempo real e até empreendem jornadas entre o passado e o futuro. O que começou como uma homenagem à carreira de Batman e do Superman, acabou rendendo mais do que a princípio foi planejado.
De Suely Paiva é o Capítulo XV, Séries ou seriados – A Emoção Prevalece, praticamente tudo sobre as séries de cinema e TV. As histórias contadas em capítulos, de gêneros diversos, desde os tempos do cinema, quando eram exibidas antes do filme principal, chegando depois à TV e ao streaming de internet. Ah: também fala de séries brasileiras – há referências, principalmente, a Capitão 7 e Vigilante Rodoviário. Mas parece que, na pressa da edição, cortaram partes do texto.
No Capítulo XVI, Fogo Contra Água – O Pioneiro Conflito dos Super-Heróis, de Gabriela Christophe, a trajetória de embates entre Namor e Tocha Humana (Jim Hammond), os dois primeiros heróis da Marvel Comics. Os dois estiveram em conflitos arrasadores desde 1940. No ensejo, a matéria também fala da série Marvels, de Kurt Busiek e Alex Ross, a última vez registrada em que vimos Namor e o Tocha Humana original trocando socos.
No Capítulo XVII, Os Casais das Historietas Clássicas, Franco de Rosa, o autor, fala a respeito dos heróis das antigas tiras de jornal e dos velhos gibis, e de seus pares românticos. Tanto das garotas que só cumpriam a função de “mocinha em perigo” quanto as que dividiam as aventuras com eles, antes e depois do casamento (quando este ocorreu). Tem Príncipe Valente, Flash Gordon, Mandrake, Fantasma, Rip Kirby, Diabolik, Tarzan...
E, afinal, o último capítulo, o XVIII! Gibiterias – Ilhas de Tesouros, também de Franco de Rosa, tratando rapidamente das pioneiras lojas de venda de gibis do Brasil, em misto de nostalgia e informação. O texto destaca a atuação da Comix Book Shop, a maior rede de gibiterias brasileira. Não por acaso, que teve Franco de Rosa entre os cofundadores.
Este volume foi o que teve mais desleixos em sua elaboração, mas é mais na parte editorial. Claro, em se tratando de uma editora menor do mercado brasileiro, que torna evidente que carece de revisores de maior competência em sua equipe. Fora isso, o conteúdo da vez faz valer os R$ 39,90. Teve mais coisas que os outros livros, sob responsabilidade de Franco de Rosa e da Editora Geek, não trouxeram. E a editora Geek está demonstrando sua disposição em fazer voos próprios, além da Discovery Publicações, de onde foi oriunda.
É possível que Franco de Rosa e sua equipe continuem trazendo livros assim em 2017. Se cuidarem mais dos erros de revisão e das partes polêmicas, nada com que se preocupar. Mas do que será que o editor e sua “gangue” vão tratar no próximo livro?

Para encerrar, deixo a vocês mais algumas ilustrações do projeto a ser desenvolvido em 2017.
Anuncio ao público desde já: Macário, o projeto, virá na forma de contos ilustrados – decido o melhor formato para trazer aos meus 17 leitores uma série que envolve elementos de terror e humor. Ah: o título, aviso desde já, é uma referência a uma peça de teatro do poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo (1831 – 1852).
Mais detalhes serão dados no devido tempo, talvez sim, talvez não. De todo modo, Macário estreia em janeiro.
Aguardem novidades.

Até mais!

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