Olá.
Hoje,
continuo a falar dos quadrinhos da editora Júpiter 2, do polêmico José Salles.
Na
última postagem, apresentei aos leitores um dos mais tradicionais personagens
da casa, o herói Tormenta. Com sete números de seu gibi lançados até agora, Tormenta, criado por Eduardo Manzano,
figura, junto com o Raio Negro e o Homem Lua de Gedeone Malagola, o Corcel Negro de Alcivan Gameleira e o Vulto de Wellington Santos como um dos
principais heróis brasileiros do catálogo da editora. O Máscara Noturna, de Salles e Manzano, já pulou fora do rol, pois
sua série já foi encerrada.
Bem.
Falando no Vulto, o defensor de Belo
Horizonte, MG, é dele de quem vou falar hoje. Ou melhor, do encontro deste
herói com o Tormenta.
VULTO E TORMENTA – DSF, A SUPER AMEAÇA foi publicado em setembro de 2012, tem 44 páginas sem contar capa, e faz parte da cronologia do Vulto – portanto, é o quinto gibi do personagem pela Júpiter 2 – sexto, se contarmos a edição independente de 2005, onde é apresentada a origem do herói. E o oitavo do Tormenta.
Recentemente,
saiu o sexto/sétimo gibi do Vulto, O
Esquartejador. Deste falaremos mais tarde.
O
gibi de crossover entre Vulto e Tormenta
foi produzido a quatro mãos: a primeira parte da aventura, das páginas 01 a 26,
foram desenhadas por Wellington Santos; da página 27 a 38, a arte fica a cargo
de Raimundo Gomes, que segue, com pequenas diferenças, o estilo de Well,
tornando a diferença quase imperceptível.
Nesse
crossover, Well e Rai seguem o mesmo estilo usado pelo criador do herói em
Vulto – Enchentes: arte em preto-e-branco, sem os tons de cinza usados nas
primeiras aventuras. De resto, é a mesma arte realista e fortemente detalhada
que se tornou marca registrada de Well – mas a maior preocupação do desenhista,
que adora desenhar homens musculosos, foi impedir que o Tormenta ficasse
“bombado” como o Vulto, ou seja, o herói seria retratado como um homem de porte
atlético, simplesmente. E o seu uniforme ganhou acréscimos: luvas e uma máscara
que cobre apenas o rosto do Tormenta.
Na
parte do roteiro, vemos os heróis tal como já conhecemos: combatendo uma nova
ameaça à sociedade – um clamor que se faz cada vez mais forte visto a situação
atual. Well buscou um motivo genuíno para fazer os dois heróis se juntarem – e,
conseguindo, faz com que o Vulto saia de Belo Horizonte e viva uma aventura em
São Paulo, terra natal do Tormenta. E o indispensável clichê desse tipo de
história não pode faltar: a trama básica herói-encontra-herói,
herói-pensa-que-herói-é-vilão, herói-enfrenta-vilão, heróis-se-entendem, heróis-se-juntam-contra-inimigo/ameaça-comum.
Fórmula que funciona desde sempre. O resultado, apesar do vício frequente de
Well de “picotar” desnecessariamente os textos em várias caixas espalhadas
pelos quadros,ficou bom e convincente, levando-se em conta que ambos os heróis
tem muito em comum: Nelson Montenegro, o Vulto, e Éder Pegoraro, o Tormenta,
não tem poderes, e contam apenas com seu preparo físico e seu manejo de armas
para enfrentar ameaças.
E a
história tem um toque maior de atração: Wellington Santos estabelece a origem,
até agora “oficial”, do Tormenta, que Salles e Manzano ainda não tinham se
preocupado em desenvolver. Segundo Well, Éder Pegoraro resolveu se tornar o
herói depois que um amigo seu, um garoto interno em um hospital onde o
publicitário foi fazer um trabalho beneficente, morreu ao tomar um tiro de um
assaltante. Já a origem do Vulto, rememorada na trama, é bem conhecida, já foi
contada muitas vezes na coleção – Nelson Montenegro, ex-integrante de uma força
paramilitar, assumiu a identidade do herói após descobrir que o grupamento
estava envolvido com o tráfico de drogas, e um declarou guerra contra o outro.
Bem.
A trama de DSF – A SUPER AMEAÇA gira em torno da substância do título, a Droga
Super Força, uma nova droga anabolizante desenvolvida por um traficante e
fisiculturista de Belo Horizonte, Marcelo “Touro”. A tal droga, ainda em fase
de desenvolvimento, seria capaz de ampliar a força humana a níveis
extraordinários, o que garantiria uma fortuna maior a “Touro”. Porém, como a
droga ainda apresenta imperfeições, o traficante busca o apoio de César
Mantovani, um empresário paulistano que o ajuda a aprimorar a droga.
Na
primeira parte da aventura, o Vulto, sempre de butuca na gangue do tal
traficante, busca impedir que o DSF seja concluída. Ele até consegue chegar ao
laboratório onde a droga está sendo desenvolvida e dá um “susto” no pessoal. Um
dos membros da gangue, apavorado, dá a pista que “Touro” está em São Paulo, por
isso Nelson Montenegro resolve viajar para São Paulo – não sem antes conversar
com seu maior aliado, o delegado Anderson Costa, e se despedir da sua amada
Márcia.
Em
São Paulo, o Vulto contará com a ajuda do incorruptível delegado Salles
(homenagem de Well ao editor, José Salles) para encontrar “Touro” e Mantovani.
E é justamente numa perseguição entre os prédios de São Paulo que Vulto
encontra Tormenta. No início, os dois se enfrentam, um julgando que o outro é
vilão; mas depois, ambos se entendem (e, mais tarde, trocam confidências),
desfazem o engano e se juntam para enfrentar assaltantes em um prédio comercial
– antes mesmo de ambos encontrarem o delegado Salles.
O
Tormenta também é retratado em sua vida cotidiana, como Éder Pegoraro, ao lado
da sua querida esposa Rita, antes de partir para a ação para valer.
Enquanto
isso, no esconderijo de “Touro” e Mantovani, a droga já está pronta para ser
testada em seres humanos – só falta uma cobaia. No local, está infiltrado um
espião da polícia, o Agente Manzano (sim, outra homenagem, desta vez a Edu
Manzano, criador do Tormenta). Mas, assim que é descoberto pelos bandidos, o
Agente Manzano está prestes a se tornar a cobaia da nova droga. Porém, Vulto e
Tormenta, já entrosados, chegam para impedir a ameaça. Confiram para ver como a
aventura termina.
O
gibi é completo com um posfácio de Wellington Santos, contandosobre o processo
de elaboração da história; fichas resumidas dos dois heróis e ilustrações
pin-up de Dennis Oliveira, Raimundo Gomes e Pedro Belchior e, vejam só, de
Wellington Santos Júnior e Erick Santos, os filhos pequenos de Wellington
Santos!
O
gibi custa R$ 5,00, e pode ser adquirido pelo e-mail smeditora@yahoo.com.br.
Como sempre recomendo, conheçam outras revistas da editora em http://jupiter2hq.blogspot.com.br/.
Para
encerrar, a minha ilustração pin-up do Vulto e do Tormenta. Dá pra dizer que
também partilho da preocupação de não retratar os heróis “bombados”.
Na
próxima postagem, a mais recente edição do Vulto,
para encerrar a “trilogia”.
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