terça-feira, 9 de abril de 2013

A volta do Meteoro!

Olá.

Hoje, volta a falar de quadrinhos. Eis aqui mais alguns quadrinhos que adquiri recentemente de autores independentes.
E, hoje, voltarei a falar do herói Meteoro, criação de Roberto Guedes.
O roteirista, escritor e editor multimídia continua seus novos projetos envolvendo o herói, enquanto continua desenvolvendo projetos paralelos. Entre eles, o recém-lançado best-seller Stan Lee – O Reinventor dos Super-heróis, a primeira biografia escrita por um brasileiro do lendário criador do Homem-Aranha e de diversos campeões de audiência da editora Marvel.

Bão. Quanto às mais recentes aventuras do Meteoro – com novos nomes, nova continuidade e novos conceitos – as coisas parecem estar andando mais devagar, mas nem sempre para a melhor.
A novíssima série com o Meteoro começou em 2010, quando Guedes lançou o interessantíssimo Almanaque Meteoro. Foram três números lançados até agora. O último saiu no outono de 2011, e o quarto número só saiu agora, no início de 2013. Enquanto isso... bem, vamos com calma.
Antes de falar do mais recente número do Almanaque Meteoro, vamos começar falando do gibi...

METEORO COMICS no. 3
Publicado em abril de 2012.
Para quem não conhece essa coleção, é a parceria entre o selo Guedes Manifesto – pelo qual sai o Almanaque Meteoro – e a editora Júpiter 2, do polêmico José Salles. Os números 1 e 2, lançados até agora, relançaram aventuras antigas – mescladas com algumas inéditas – do herói, em suas três versões (em termos de trajes) desenvolvidas. O terceiro número republica outra aventura antiga, mas com as devidas alterações para que ela se encaixe na atual cronologia do herói - entre as edições 3 e 4 do Almanaque. Quer dizer, o alter-ego do Meteoro, por exemplo, de Ric Marinetti, passou a se chamar Roger Mandari. Se não conseguem entender, fiquem calmos: em um texto introdutório, Guedes explica o que ocorre.
A aventura republicada neste número do Meteoro Comics já é conhecida: A Embaraçada Teia da Vida, escrita por Guedes, desenhada por Marcelo Borba e com letras adicionais de Sandro Marcelo, foi publicada, anteriormente, por volta de 2002, no Almanaque de Quadrinhos no. 1, da editora Escala, uma edição especial do hoje lendário selo Graphic Talents. Nessa aventura, Meteoro, após prender uma quadrilha de assaltantes, conhece Nico Bazzuca, um candidato a prefeito, que toma o herói como um aliado. Entretanto, a entrada de um vilão com poderes, o Aranha Lunar, vai fazer com que o próprio herói questione o tal Bazzuca, e pior, vai fazer com que as coisas piorem para o seu lado. Nessa aventura, muitas das características gerais do herói são apresentadas a quem ainda não conhece o herói: a rejeição que Roger Mandari sofre do pai, o seu interesse amoroso pela estonteante Laura Lopez, seu jeito de adolescente desajustado e azarado e, na pele do Meteoro, um bom humor típico de um Homem-Aranha. Seria a primeira aventura de uma série que não foi adiante devido ao cancelamento da linha de quadrinhos da Editora Escala. No roteiro, é Guedes na sua melhor fase. Nos desenhos, Borba faz uma arte muito boa, detalhada, com páginas bem dinâmicas, mas cuja quadrinização caótica pode dificultar a ordem da leitura. Completam o gibi: uma matéria de Roberto Guedes sobre as influências para a criação do Aranha Lunar, e ilustrações pin-up de Moacir Torres (criador da Turma do Gabi) e Marcos Fabiano Lopes. Capa de Marcelo Borba, com cores de Zé Borba.

ALMANAQUE METEORO no. 4
Lançado em fevereiro de 2013.
Muita demora, muita expectativa no aguardo de mais uma edição do Almanaque Meteoro, caracterizado tanto pelos quadrinhos muito interessantes, ressurreição de antigos heróis brasileiros (como o Capitão 7, o Fantasticman, o Mylar e o Chet) e matérias e entrevistas sobre o mundo dos quadrinhos. Mas esta edição número 4 foi... desculpe, Guedes, mas foi uma decepção.
Primeiro, porque as dimensões foram reduzidas: 14 x 20, em média, contra 23 x 16,5, em média, das edições anteriores; 36 páginas, contra 52 dos três outros números; e foco exclusivo nos quadrinhos, limando as matérias. Tirou muito do interesse. Em uma nova seção, o Boletim Manifesto – a única parte de texto em todo o gibi, além da tradicional e indispensável seção de cartas – Guedes explica os motivos das mudanças. Espero que consiga convencer a maior parcela possível dos leitores.
Bem, na parte dos quadrinhos, temos três histórias. Na primeira, As Afiadas Garras da Justiça – roteiro de Guedes, desenhos de Fábio Cerqueira e letras de Sandro Marcelo – Roger Mandari, buscando uma nova forma de conquistar Laura Lopez, e depois de discutir mais uma vez com seu pai, vai ao Rio de Janeiro, cobrir uma coletiva de imprensa sobre um herói desaparecido na época da Ditadura, o Guepardo. Porém, quando um vilão aparece para estragar a coletiva, dirigida pela família do herói (que tentava inocentá-lo), eis que o próprio Guepardo reaparece, vivo e jovem. E, depois de trocar sopapos com o Meteoro, que se mete na parada, o Guepardo se junta a ele para derrotar o vilão. O grande diferencial da história é a arte de Cerqueira, semi-realista e com efeitos de inacabado em diversos detalhes. Mas o roteiro de Guedes mais confunde do que explica.

INTERROMPENDO UM INSTANTE...
O Guepardo, para quem não conhece, também é um herói criado por Guedes. Uma revista desse herói foi publicada em 1997, de forma independente. Trata-se de um rapaz, Daniel Gatteli, que, ainda na época da Ditadura Militar brasileira, ingere uma fórmula secreta, desenvolvida por um cientista aliciado por um mafioso, e adquire agilidade e força iguais às do guepardo, um tipo de leopardo africano. No mesmo evento, o irmão de Daniel acaba sendo alvejado por um capanga do mafioso e fica paraplégico. Já o Guepardo, apesar de ser um herói, foi perseguido pela Ditadura – mais ou menos como o Pulsar, herói criado por João Pacheco e Arthur Garcia. A revista já foi disponibilizada para download na internet, recentemente. Saibam mais no blog do Guedes (http://guedes-manifesto.blogspot.com.br/). Bem, a história presente no Almanaque Meteoro no. 4 também visa ressuscitar o herói Guepardo. Olha uma concepção do herói by Rafael Grasel, aqui (vai ficar como ilustração de hoje):

PROSSEGUINDO COM O ALMANAQUE METEORO 4...
A segunda história do Almanaque traz a estréia de outro herói criado por Guedes: o Capitão X, um explorador do espaço – teria sido melhor se Guedes tivesse escrito um texto introdutório apresentando-nos o herói. Mas como ele não fez isso nem com o Patrulheiro Audacioso, nem com o Zann-garr da Valáquia, publicados nos números anteriores... Bem, em O Enigma de Semíramis (texto de Guedes, arte de Aluísio de Souza e André Valle, letras de Sandro Marcelo), o Capitão Xall e sua família – a esposa, Lena, a filha adolescente, Lili, e o velho Zorba – estão explorando um planeta desconhecido e – aparentemente – desabitado. Entretanto, essa exploração pode terminar em tragédia, se a família não abandonar o planeta em tempo. Outra aventura que, apesar de bem desenhada e desenvolvida, confunde mais do que explica. E a terceira história, curtinha e cômica, Chá das Cinco (roteiro de André Valle, arte de William e letras de Sandro Marcelo), gira em torno de um barão excêntrico e seu novo mordomo, com referências ao clássico O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. A arte é bem simplezinha, e a quadrinização é meio pobre. Não faz todo mundo rir. Completam o gibi uma ilustração inédita de Marcelo Borba para uma nova aventura – nunca lançada – do Guepardo, e uma ilustração pin-up de Fábio Cerqueira. Capa de Rom Freire, com cores de Zé Borba. E desde já pedimos: por favor, Guedes, volte o Almanaque Meteoro como era antes!!! Essa redução deixou o gibi muito pobre e sem interesse! Assim tu vais afundar o teu herói!!! E todos os outros, também!

Para adquirir estes gibis, podem escrever para o próprio Roberto Guedes: guedesbook@gmail.com. O Meteoro Comics no. 3, custa R$ 3,00; o Almanaque Meteoro no. 4 sai a R$ 5,00.
O Meteoro Comics no. 3 também pode ser pedido diretamente ao José Salles da Júpiter 2: smeditora@yahoo.com.br/. Conheça mais publicações da editora em http://jupiter2hq.blogspot.com.br/.
É isso aí.
Até mais!

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