quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Nota de falecimento: OSCAR NIEMEYER

Olá.

Hoje, em edição extraordinária, venho expressar meu pesar com a morte de mais uma grande personalidade em um ano em que estamos perdendo muitas personalidades, com uma velocidade espantosa.
Nesta quarta-feira, 5 de dezembro de 2012, faleceu o grande arquiteto, projetista e último comunista, Oscar Niemeyer.

Ele, que passou dos 100 anos com grande dignidade (nascido em 1907, no Rio de Janeiro, cidade onde faleceu), é considerado, sem negações, o maior arquiteto do Brasil e um dos maiores do mundo. Mundialmente conhecido pelas curvas de suas construções, a obra do “poeta das linhas” pode ser facilmente reconhecida a quilômetros. Ele foi o renovador da arquitetura contemporânea, que até então se limitava à solidez das linhas retas. Ele preferia seguir a natureza, onde dificilmente se encontra uma linha perfeitamente reta; suas construções contém muito poucas linhas retas, tem mais curvas, como cadeias de montanhas ou forma de corpo de mulher.
Deixou mais de 500 projetos, em várias cidades. Sua maior obra-prima, indubitavelmente, é o conjunto arquitetônico de Brasília, construído entre 1958 e 1960: o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília... Concretizando assim o louco sonho de então do presidente Juscelino Kubitschek, dando vida ao plano-piloto de Lúcio Costa, ainda que isso implicasse aumentar a então enorme dívida externa brasileira, até o início do século XXI o principal entrave para o desenvolvimento do país.
Qualquer obra de Niemeyer é facilmente reconhecida pelas curvas, pela sensação de leveza, pelas estruturas feitas quase que exclusivamente de concreto armado. Difícil imaginar como tais edifícios conseguiram ser erguidos e como conseguem se sustentar, dadas as extremidades muito finas e as curvas sinuosas. Mas ele conseguiu imaginar e ainda realizar.
Quem vê suas ilustrações, os croquis de seus projetos, mal consegue imaginar que aqueles rabiscos de aparência tão tosca podem vir a se transformar em edifícios tão bonitos, cheios de bossa.
Seus mais de 500 projetos ganharam forma no Brasil e no Mundo. Só no Brasil, além de Brasília, podemos citar: o Memorial da América Latina, em São Paulo; o Palácio da Pampulha, em Minas Gerais; O Museu de Arte Moderna de Niterói; o Sambódromo do Rio de Janeiro... Niemeyer pode ser reconhecido facilmente.
Só em um setor é que ele não conseguiu agradar a todos, o político. Comunista, defendia o regime de Fidel Castro em Cuba. Não tenho nada contra os comunistas, mas não compactuo mais com essa gente que parece que não gosta de nada do que a gente gosta porque é capricho de burguês explorador do proletariado ou lacaio do imperialismo estadunidense, qualquer bobagem assim.
Bão. Inútil explanar mais sobre a vida e obra de Niemeyer, que apesar de falecido, continua imortal.
A minha cidade natal, Vacaria, no Rio Grande do Sul, deve muito a Oscar Niemeyer. Os vacarienses ainda tem a honra de terem dentro da cidade o primeiro edifício projetado por Niemeyer concluído no estado do Rio Grande do Sul, a Casa do Povo. E mais honrados estamos porque, neste ano de 2012, a Casa do Povo foi reaberta, depois de quase uma década interditada!!! Temos de volta o nosso espaço de eventos. Temos de novo a oportunidade de entrar num autêntico Niemeyer. Mas agora a Casa do Povo não detém mais o título de única construção de Niemeyer concluída no Rio Grande do Sul; agora, já foi inaugurado um segundo projeto, o Monumento à Coluna Prestes em Santo Ângelo.
E deixo aqui, portanto, uma representação da Casa do Povo, feita sem esboço, a esferográfica, bem ao estilo de Niemeyer. Sob o olhar de algumas de suas outras construções, fica aqui a homenagem ao poeta das linhas, ao último comunista.
É isso aí.
Até mais!

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