sábado, 9 de abril de 2011

LULUZINHA CLÁSSICA, o retorno!

Olá.
Neste início de mês, nas bancas brasileiras, houve um retorno certamente muito aguardado - mas que chegou de surpresa.

A editora Pixel Media, que atualmente publica a versão adolescente da personagem Luluzinha, resolveu trazer de volta as histórias clássicas da personagem. O anúncio desse retorno foi no início do mês de março deste ano. E agora, o resultado está aí.



LULUZINHA retorna, na sua versão infantil, depois de mais de 15 anos longe das bancas brasileiras!

Sim! A Pixel Media adquiriu os direitos de republicação das histórias clássicas da personagem, criada em 1935 pela estadunidense Marjorie (Marge) Henderson Buell.

Porém, todo mundo que possui conhecimento da história da personagem sabe: Marge se dedicou aos cartuns da personagem, publicados nos jornais dos EUA; mas, nos gibis, quem cuidou da personagem, e de seu universo, foi a dupla John Stanley, que escreveu boa parte das histórias, e Irving Tripp, que desenhou e artefinalizou boa parte delas.

Bem. LULUZINHA, o gibi, traz de volta o material produzido por Stanley e Tripp produzido entre os anos 40 e meados dos anos 70. Até então, esse material estava sendo relançado no Brasil pela editora Devir, numa série de álbuns em preto e branco (até então, saíram oito deles, antes que a Devir encerrasse o contrato com a Classic Media, a distribuidora do material da personagem para o mundo). Mas agora o material é colorido! Para quem estava morrendo de saudades da Luluzinha clássica, e já não está suportando a versão adolescente em estilo mangá, que qua-se na-da tem a ver com a Luluzinha original (também publicada pela Pixel Media), o relançamento é imperdível. Ainda mais que a revista promete ser mensal e o preço é módico: R$ 3,10!

Aqui, vemos Luluzinha tal como era: uma menina esperta, de vestido largo e cabelo estilo vitoriano, protótipo das feministas, que lutava com os meninos pelos seus direitos de ser e fazer o que quiser na machista sociedade americana dos anos 30 do século XX. E também vemos seus amigos tal como eram: Bolinha, o menino gordo, cabeça-dura e machista, e com seu (questionável) dom para detetive, atuando como o Aranha e sempre provando que foi Seu Jorge, o pai de Lulu, é o culpado de todos os "crimes" pela qual a menina é acusada; a patota dele, formada por Juca, Zeca e Carequinha (que foram descartados, à exceção do Careca, da versão adolescente); Aninha, a fiel companheira de Lulu; Alvinho, ainda um pestinha que não aprende a lição.

Nesta edição inicial, não entraram historinhas que incluem a Glorinha, ainda uma menina convencida e esnobe, por ser a mais bonita e desejada do bairro; Plínio Raposo, o menino rico e mimado; Carlinhos, o primo de Bolinha e rival de Alvinho; e vários outros personagens de grande relevância para o universo de Luluzinha.

São seis histórias neste primeiro número, todas da dupla Stanley e Tripp. Destaque para a quinta, Alcéia, Meméia e a Pobre Menininha, que é a história de estreia da bruxinha Meméia, a sobrinha da bruxa Alcéia, personagem das histórias que a Lulu conta para entreter o Alvinho que vive espezinhando a Pobre Menininha (o "avatar" da Lulu dentro dessas histórias).

Em todas as histórias, curtimos situações que fogem do atual politicamente correto. Os personagens não tem uma moral bem-construída: são convencidos, recusam bons conselhos, pouco dispostos a ajudar os outros e, não raro, vivem querendo passar a perna um no outro. Mesmo assim, os personagens são amados por gerações. E as histórias se mantém atemporais, servindo para as novas gerações.

Este primeiro número acompanha ainda um almanaque, uma edição de 32 páginas que conta a história da personagem.

Quer dizer: conta, em termos relativos. Apresentado pela versão adolescente de Lulu, o almanaque dá apenas informações básicas da personagem, como pequenos resumos das características dos personagens. Entretanto, nada de biografias dos autores e informações sobre todos os personagens. É muito limitado, e demonstra que a Pixel Media e o pessoal do Estúdio Labareda Design, que produzem a revista Luluzinha Teen, não sabem, ou não querem, tratar a personagem com o devido respeito que ela merece. O almanaque, no fim das contas, é mais destinado às crianças que aos adultos. E, ainda por cima, mais da metade das páginas do almanaque é de passatempos. É claro, a Pixel Media é um selo da editora Ediouro, a maior editora de revistas de palavras-cruzadas do Brasil. Pelo menos, o trabalho não ficou de todo perdido.

Não percam! E saibam por que, apesar de todos os defeitos, Luluzinha é uma das personagens infantis mais celebradas dos quadrinhos mundiais. E, segundo o falecido Harvey Pekar, o criador da série Anti-Herói Americano, é "a série mais subestimada da história".

Para encerrar, a minha Luluzinha, Letícia, está de volta em um novo triplex de tiras!
Voltei a produzir tiras depois de um período de incerteza e de depressão. Estou recuperando o tempo perdido.
E aguardem novidades! Acessem o blog da Letícia, e curtam a série desde o início: http://leticiaquadrinhos.blogspot.com/.

Ah, eu ia me esquecendo: a Luluzinha clássica, assim como a versão adolescente, também tem um site próprio! No momento, o site está em construção, mas foi anunciadas novidades para breve! Vamos aguardar.

Até mais!

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