domingo, 27 de junho de 2010

RAIO NEGRO E VELTA no. 2 - A Volta do Garra Cinzenta

Olá.
Na última postagem, falei sobre a primeira edição do crossover VELTA E RAIO NEGRO, promovido pelo quadrinhista paraibano Emir Ribeiro. Agora falarei do segundo número deste encontro.
RAIO NEGRO E VELTA número 2, assim como o número 1, foi publicado pela Editora Júpiter II, do perseverante José Salles - qual não foi minha surpresa, entretanto, ao descobrir que o Salles agora é seguidor deste humilde blog! Quando fui fazer mais um pedido de revistas a ele, resolvi também passar a ele um link para meu blog. E ele elogiou!
Desde já obrigado, Salles!

Voltando ao assunto. RAIO NEGRO E VELTA saiu agora, em março de 2010. Se o primeiro número do encontro entre os dois super-heróis foi bastante irregular, neste segundo número a coisa melhora. Isso porque o motivo que vai levar ao novo encontro dos dois heróis é o retorno de um personagem clássico dos nossos quadrinhos.
Trata-se de ninguém menos que O GARRA CINZENTA, o personagem principal da nossa primeira HQ de terror. Saiba mais sobre ele clicando aqui.
Bem. Já digo por que este segundo número é melhor que o primeiro. Vamos saber um pouco sobre o enredo:
Velta estava tranquila na praia de João Pessoa, na Paraíba - o alter-ego da heroína, Cátia Maria Farias Lins, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, mas numa aventura recente, Velta se muda para João Pessoa com seu namorado, o detetive Gilberto Gomes - , quando é surpreendida pela chegada de Raio Negro, que a procurava para pedir sua ajuda.
Uma organização criminosa, o "Comando do Terror", reúne todos os tipos de malfeitores. Porém, alguém está matando todos os chefes da organização, e de formas muito estranhas. Sem o uso de armas de fogo. E a única pista que Raio Negro obteve, ao apertar um bandido, era que os tais chefes recebiam um cartão com uma garra cinzenta desenhada. Velta, ao ouvir esse relato, conclui que se trata do Garra Cinzenta, o famoso gênio criminoso criado por Francisco Armond e Renato Silva em 1937 (Velta já havia lido a respeito desse bandido). O caso é que o Garra Cinzenta era dado como morto - no final da história original, o Garra Cinzenta havia sido morto por Flag, o robô semi-inteligente construído pelo bandido. Ou pelo menos era o que parecia.
Pois o Garra Cinzenta está vivo, sim. E contente com os dias atuais do Brasil, "um paraíso para o mal", onde há "muita corrupção, leis brandas, tolerância em excesso e ainda tolos ativistas defendendo 'direitos humanos' dos bandidos". Emir Ribeiro, que roteirizou e desenhou a história, mais uma vez trabalha com a ideia de "realidade alternativa". Segundo ele, o Garra havia sido salvo por Katty, a identidade secreta da Dama de Negro (ajudante do vilão). Graças a uma substância, o Garra Cinzenta manteve-se jovem até os dias de hoje, porém desmemoriado de sua vida criminosa - o que foi providenciado por Katty. Mas retomou a memória recentemente, ao descobrir que Katty nunca havia jogado fora seu uniforme de Dama de Negro e ao ler informações ao seu respeito. E agora o Garra pretende retomar a carreira criminosa, assumindo o controle da bandidagem nacional.
É claro que Raio Negro e Velta logo estarão ao seu encalço. E começam a monitorar suas atividades criminosas.
Este encontro é melhor que o primeiro, não apenas por trazer de volta aos holofotes um personagem dos quadrinhos brasileiros que havia caído no ostracismo; mas porque agora os dois heróis estão melhor entrosados para trabalharem juntos. A atuação do Raio Negro foi melhorada - no primeiro encontro, a atuação do herói foi quase "inútil" frente à de Velta e à da Andróide Nova. E ainda há uma rápida cena de sedução de Velta para cima do Raio Negro. Ainda bem que era sonho. Afinal, o Raio Negro já é casado - seu alter-ego, o brigadeiro Roberto Sales, é casado com Marajoara Campos (todo Superman precisa ter sua Lois Lane, né...).
Falando em Raio Negro, Ribeiro também trabalha a curiosa ideia de que o Raio Negro se mantém nos dias de hoje com a mesma aparência que tinha nos anos 60 graças a uma substância que o mantém jovem. Não por acaso, o mesmo recurso usado pelo Garra Cinzenta para chegar aos dias de hoje. Questão de realidade alternativa...
Mais: a história permite saber informações sobre o Garra Cinzenta, para quem não conhece a figura - ou, no meu caso, só leu até a metade da aventura original. Por exemplo, sabiam que o nome original do Garra Cinzenta é Marcos James Stone?
E o final fica em aberto, abrindo caminho para a continuação de uma possível vingança a ser perpetrada pelo vilão aos dois heróis.
E, no final, um texto de autoria do próprio Ribeiro falando sobre A GARRA CINZENTA e seus autores, Francisco Armond - na verdade, Helena Ferraz - e Renato Silva. Ribeiro é um dos felizes proprietários de um exemplar do fanzine Seleções da Quadrix no. 3, publicado em 1988, que compila toda a história do Garra Cinzenta. E, graças a ele, teve toda a base para construir esta história.
O defeito que permanece, no entanto, é a insistência de Ribeiro em desenhar a Velta com erros de anatomia. As pernas e a bunda da heroína ainda são desproporcionais aos seios! E o que dizer do estilo econômico de quadrinização, com diálogos em profusão e poucos quadros por página?
Bem, mas pela qualidade da história, os erros são perdoáveis. Este crossover, sim, é digno do idealizado por Ribeiro e Malagola.
Quem quiser adquirir o seu, peçam pelo e-mail da editora Júpiter II (smeditora@yahoo.com.br), diretamente com José Salles, ou pelo website do Emir Ribeiro (http://www.emirribeiro.com.br/). O preço da edição é R$ 3,00.
E vamos dar um incentivo a mais para os quadrinhos nacionais!
Quem sabe este não seja o primeiro passo para que A GARRA CINZENTA volte a ser editado por alguma editora brasileira?
Para encerrar, mais uma ilustração do Garra Cinzenta (a terceira que publico neste blog). Desta vez, acompanhado da Dama de Negro.
Quando será que sai a continuação do crossover?
Até mais!

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