sexta-feira, 13 de novembro de 2009

FUTARI H - oh, boy!

ATENÇÃO: Matéria não-recomendada para menores de 18 anos. Mas, desta vez, não vou falar de hentai. É algo parecido.

Olá.
Hoje, vou falar um pouco de mangá.
Resolvi falar de um mangá erótico.
Mas mangá erótico com bom gosto!
Já faz algum tempo que a editora JBC, editora brasileira especializada sobretudo em mangás, está publicando no Brasil uma série de mangás classificados como ero comedy - um estilo de mangás eróticos que diferencia-se do hentai por diversos motivos. Primeiro, os artistas que fazem ero comedy são consagrados, enquanto que os que fazem hentai são geralmente artistas marginais - as publicações hentai não são muito bem-vistas no Japão. Segundo, porque as cenas de sexo nas ero comedies - sim, como no hentai, têm sexo também, meu bem - são pouco explícitas, os órgãos sexuais dos personagens são apenas sugeridos, logo o sexo não é banalizado. Ele é apenas parte integrante da trama, que centra-se mais nos dramas pessoais dos personagens que nas cenas de sexo. Logo, a linha que separa as produções "eróticas" das "pornográficas", no Japão, é tênue, mas é fácil diferenciar um estilo do outro. Isso porque os japoneses tem uma visão do sexo diferente da ocidental.
Bem, mas o fato é que a JBC tem uma linha de mangás adultos, impróprias para menores de 18 anos. De ero comedies, a editora já publicou os ótimos Love Junkies e Inu-Neko, ambas de Kyo Hatsuki - o nome mais conhecido do gênero erótico da atualidade, e é uma mulher! - e este que eu vou falar agora: FUTARI H.
Este mangá - cujo nome completo é Futari Ecchi, sendo Ecchi a pronúncia japonesa para a letra H, que significa justamente Hentai (no sentido de "pervertido"), com tradução literal para algo como "casal ecchi", embora também seja um trocadilho com o termo hitori ecchi, que significa "masturbação" - , nesse momento, está no número 9 no Brasil, que corresponde à primeira metade do volume 5 japonês - no Brasil, os volumes japoneses são divididos em dois, com o intuito de baixar o preço. Logo, já tivemos 4 volumes e meio lançados em terras tupiniquins. No Japão, já foram mais de 42 volumes lançados!
Seu autor assina como Katsu Aki, mas seu nome completo é Katsuaki Nakamura, que o publica desde 1997 na revista Young Animal, da editora Hakusensha (a mesma de Berserk, de Kentaro Miura). É a ero comdey mais vendida da atualidade - e é publicado no Japão até hoje.
A história do mangá é centrada na vida do casal Makoto e Yura. Os dois têm 25 anos, e casaram-se através de uma agência de matrimônios - e ambos virgens! Assim, os dois acabam, aos trancos e barrancos, descobrindo juntos a sexualidade. De uma primeira vez atrapalhada, os dois vão evoluindo nas relações, e até inovando nas técnicas. Tudo, claro, graças a "ajudinhas" que os dois vão recebendo de gente mais experiente.
Primeiro ponto positivo no mangá: o porquê de ele ser conhecido como "o manual do amor" no Japão. Ao longo da história, Katsu Aki enriquece o enredo com ilustrações em corte, modelos e gráficos, para demonstrar o que acontece dentro do corpo durante as relações sexuais. E ainda inclui gráficos de pesquisas, informações e curiosidades sobre os relacionamentos atuais. Assim, FUTARI H é uma espécie de ABC do Amor e do Sexo (o famoso guia sexual para os jovens do casal americano Comfort) japonês. E ilustrado.
Segundo ponto positivo: as cenas de nudez e de sexo. Nada ali é explícito, apenas sugerido. Embora tenhamos a oportunidade de ver as garotas da série - sobretudo a linda Yura - completamente nuas, no entanto essa nudez é vista positivamente, como natural - uma vez que os pelos pubianos nem ao menos são desenhados, os japoneses consideram anti-higiênico. Mas e nudez masculina? De corpo inteiro, só por trás. Acho que os japoneses também acham anti-higiênico desenhar pênis... E é nas cenas de sexo que o casal principal conhece-se um ao outro, vão superando as dificuldades iniciais, vão se apaixonando cada vez mais um pelo outro.
Terceiro ponto positivo: os personagens. Estes são dotados de grande humanidade, têm qualidades e defeitos, tentações e força para tentar superá-los. Se parecem, em suma, com os leitores. Ah: e são muitos os personagens coadjuvantes de conceito interessante. Além do casal principal - o abobado Makoto e a tímida Yura - temos os irmãos de Makoto - Akira (o fortão e desbocado irmão mais velho, bem mais experiente que o maninho e disposto, no início da trama, a tudo para ensinar a Makoto os segredos do sexo - e sua esposa) e Jun (a irmã mais nova, que está descobrindo agora a sexualidade); a irmã mais nova de Yura, Rika (uma moça bem mais liberal que a própria irmã, e que, além do namorado "oficial", transa com mais quatro caras); Makie, a colega de trabalho de Makoto (que sente atração por homens casados - e, de quebra, por Makoto); e a mais recente aquisição à plêiade, Kyoko (a prima ginecologista de Makoto, que ainda não iniciou sua "vida sexual", morre de inveja de Yura e ainda por cima quis se meter nas relações sexuais deles).
Agora, os pontos negativos.
Primeiro ponto negativo: o carisma dos personagens. O problema deles é que eles perdem em carisma, e em alguns pontos chegam a ser irritantes. Akira, por exemplo: sendo do tipo que fala de sexo em alto e bom som para quem quiser ouvir, é o personagem mais inconveniente da série. Mas quem perde feio é a própria protagonista, Yura: de tão certinha e tímida, ela chega a ser irritante em vários momentos. Aí, quem rouba a cena mesmo é Rika, que, apesar de pouco recomendável, é a mais carismática personagem feminina. Bem mais experiente que a irmã mais velha, Rika é a que tem a melhor capacidade de soltar "tiradas". Não fosse pelas personagens, FUTARI H poderia se igualar a algumas sitcoms americanas.
Segundo ponto negativo: o excesso de repetição de situações. Os capítulos da série são geralmente curtos, e muitos deles são concentrados em aspectos que soam repetitivos. Por exemplo, no início da série, Makoto precisa lidar com o problema da ejaculação precoce. Mais ainda: as intervenções de Akira e Rika na vida do casal dão a entender que os protagonistas não passam de dois pamonhões que não entendem nadinha de sexo. E a série, mesmo, só começa a engrenar a partir do número 4.
Mas, fora os pontos negativos, que acabam sublimando os positivos, a série não deixa de ser interessante. Principalmente porque, muitas vezes, o casal experimenta coisas novas para apimentar a relação: ida a um motel, sexo oral, lingeries, passar o dia nus... coisas que qualquer casal, do ocidente ou do oriente, pode fazer para esquentar a relação. E quem toma a iniciativa dessas "inovações", na maior parte das vezes, é Yura - sempre aconselhada ora por Rika, ora por Kyoko. Ainda por cima, Makoto precisa se segurar para não cair em tentação e "chifrar" Yura. Transar em pensamento com Rika é uma coisa; resistir às investidas de Makie é outra. Mas também, com o mulherão que ele tem em casa, para quê trair? Só se fosse um... completo imbecil.
(Só não entendo por que os japoneses gostam tanto de heróis idiotas. Vide por exemplo: o Goku, de Dragon Ball; o Ruffy, de One Piece; a Rakufu, de Ikkitousen; entre outros.)
Bem... mas FUTARI H é uma série que vale a pena continuar acompanhando.
Melhor ainda que a distribuição do mangá não é mais setorizada - ou seja, quem mora nas capitais pode adquirir seus exemplares antes dos leitores de outras cidades, que às vezes chegam com meses de diferença entre um número e outro... É. Agora, as edições chegam ao mesmo tempo em todas as cidades. Pelo menos é assim aqui em Vacaria...
Bem. Para quem quiser, cada número da série custa R$ 6,90.
Nas imagens, as capas dos oito primeiros números lançados no Brasil. E sempre com a bela Yura para ilustrar... para deleite dos marmanjos. Hehehe.
Ah: FUTARI H também possui uma versão em anime! Mas desse eu falarei na próxima postagem: FUTARI ECCHI anime.
Para encerrar, mais uma da séria série "Somente com Camisinha".
Casado ou solteiro, camisinha tem de estar na mão!
Até mais!

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