sexta-feira, 19 de junho de 2009

UBYRATAN

Olá.
Hoje, vou falar de um amigo lá de Santa Maria. Um cartunista veterano.
Jorge Ubiratã da Silva Lopes, também conhecido pela alcunha de Byrata.

Quando entrei para o Quadrinhos S. A. - Núcleo dos Quadrinhistas de Santa Maria, ele ainda era o presidente. Foi ele que assinou os papéis da minha adesão ao grupo.
E não tinha idéia de que ele já era bastante renomado.
Alguém que luta constantemente pelos quadrinhos nacionais.
Quer dizer, é aquela coisa: nós, os cartunistas gaúchos, temos fama de fazer muita questão de ser gaúcho... e cartunista. Talvez pela nossa fama de bairristas, de resistirmos bastante às influências "estrangeiras" (culturalmente falando), os cartunistas gaúchos são os que mais lutam por um estilo "nacional" de HQ, que não seja diretamente influenciado pelos comics americanos ou pelos mangás japoneses, as tendências do momento. Os gaúchos se orgulham muito do seu chão, e o defendem com unhas e dentes. Algo que vem desde 1835, com a Revolução Farroupilha.
Byrata. Ele tem um currículo extenso. Seus personagens são o que de mais gaúcho tem nas HQ nacionais. Ele criou personagens como o Xirú Lautério e o Dinotchê. Ele também escreve e ilustra livros infantis. Já colaborou com revistas e publicações de Santa Maria e do Rio Grande do Sul - junto com os amigos Máucio, Elias e Orlando Fonseca, "Os Quatro Cavaleiros do Apocalápis", ele criou a célebre revista Garganta do Diabo, nos anos 90. Ele coordenou o espaço temático DinoTchê, de Santa Maria, RS, que trazia um panorama da Santa Maria pré-histórica - quer dizer, já que Santa Maria, RS, foi onde foi encontrado o Staurikossaurus Pricei (escrevi certo?), um dos mais antigos fósseis de dinossauro do mundo. Foi em cima dele que Byrata criou o Dinotchê.
o Xirú Lautério é um gaúcho bem bagual, bem como somos habituados a imaginar. E não é o único gaúcho dele: também tem o Elesbão. Mas o Xirú é o mais famoso. Este personagem estrelou a série Xirú Lautério e os Dinossauros, publicada em partes na revista Quadrante X, do Núcleo, e depois recompilada em um livro - só que Byrata ainda está devendo a segunda parte da aventura! Enquanto isso, ele lançou, recentemente, Xirú Lautério e os Centauros.
Bem, mas não podemos deixar de admirar o sr. Ubiratã. Uma arte que, aqui no nosso país não tem sido muito valorizada, precisa ter seus defensores ferrenhos. Que não podem desistir. Não tá morto quem luta e quem peleia!
Acho que o que escrevi a respeito dele foi muito modesto. Mas...
Quem quiser conhecer um pouco mais do pensamento e do trabalho de Byrata, visitem o blog dele: http://byrata.blogspot.com/.
E, para ilustrar este post, eu escaneei, direto da Quadrante X no. 0, as duas primeiras páginas da HQ A Mulher do Tempo. Por questão de direito autoral, não dá para escanear a história na íntegra... Ah, mas também é só pra dar uma amostra de seu trabalho.
E, nos desenhos de hoje (meus), vejam vocês: vocês não sentem que a vida, pode sim, estar previsível demais? Quer dizer, eu tive essa idéia porque parecia que Beleza Pura era a única música da banda A Cor do Som que passava no rádio...
(Comentário infame: a versão de Beleza Pura, composição de Caetano Veloso, pela banda A Cor do Som, é bem melhor que a da banda Skank, que serviu de tema para a novela homônima - e que a do próprio Caetano!)
Até mais!

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