terça-feira, 26 de maio de 2009

Livro: CINDERALLA - e o Michael Jackson de bigode!

Olá.
Hoje, vamos falar de livro. Quer dizer, hoje eu escolhi um mangá para falar. Hoje, falarei de CINDERALLA.
A grafia do nome é essa mesma. E é mesmo o que vocês estão pensando, caso ainda não tenham ouvido falar do mangá. Digo, o nome é familiar a vocês?
Sim. CINDERALLA, da japonesa Junko Mizuno, nos traz a clássica história da menina oprimida por uma madrasta má e suas meio-irmãs. Mas os rumos tomados pela história são completamente diferentes.
Bom. Para começar, a autora, Junko Mizuno, é bastante conhecida na cena pop do Japão por suas ilustrações no estilo kawaii noir, combinando o bonitinho e o grotesco. É aquela coisa de "meninas bonitinhas em situações bizarras". Não é à toa, pois as personagens de Mizuno parecem mesmo bonequinhas, muitas vezes andando sem roupa, em situações grotescas. CINDERALLA, publicada no Japão em 2002, não é diferente, pois apesar de o enredo ser conhecido e muito convencional, ele ganha contornos inesperados, já que é uma história com mortos-vivos.
Sim: os zumbis, mortos-vivos, como preferirem, já fazem parte da cena pop. Já foram produzidos inúmeros filmes, histórias em quadrinhos e outras mídias envolvendo cadáveres insepultos, em avançado estado de decomposição, que saem de seus túmulos para se alimentarem da carne humana dos vivos. Temos a série de filmes de George Romero sobre mortos-vivos; temos os já cult movies Madrugada dos mortos e Todo Mundo Quase Morto; temos os mortos-vivos que dançam com Michael Jackson no videoclipe da canção Thriller; temos a série de HQ Zumbis Marvel, que transforma os clássicos personagens da editora em devoradores de carne humana; temos a cultuada série de HQ Os Mortos-Vivos, de Robert Kirkman. Enfim. E eu só considerei os mortos-vivos zumbis, não os vampiros e múmias. Bem, CINDERALLA pode ser incluído no rol das produções com mortos-vivos.
Está certo, mas o que a clássica história de Cinderela tem a ver com os mortos vivos? Vejamos.
A história de Cinderalla, a menina que trabalhava no restaurante (especializado em espetinhos de frango, ou yakitori) de seu papai, começa com a morte deste. No entanto, ele retorna como zumbi, para cuidar do restaurante - até mesmo Cinderalla se surpreende quando vê o cemitério tão animado. E, como zumbi, o papai da menina conhece Caroline, uma senhora (zumbi também) que possui duas lindas filhas, a peituda Akko e a desavergonhada Aki (ambas zumbis também). E se casa, ainda que sem o pleno consentimento da filha.
É aí que a vida da menina vira de cabeça para baixo. Pois, além de ter de ajudar no restaurante, como sempre fez, Cinderalla ainda precisa cozinhar para Caroline, que precisa comer a toda hora para não desmaiar, plantar a terra da propriedade e ainda por cima costurar sutiãs para a meio-irmã Akko. Aki, ao menos, se oferece para ajudar no restaurante, mas à sua maneira - como uma moça de boate. Com isso, Cinderalla, que conta apenas com o apoio de sua amiga, a irônica ratinha Dona Setsuko, fica privada do sono e acossada pelo estresse. Então, toma uma decisão: resolve aprender a fazer seus próprios espetinhos. Mas suas tentativas não dão certo, e ela joga o resultado de suas experiências na horta. Ah: e ela precisa aturar o assédio de seus dois vizinhos, xeretas e metidos a cientistas.
É nesse contexto que Cinderalla conhece o Príncipe. Só que o rapaz não é um príncipe mesmo, mas um cantor, e zumbi também. Mesmo assim, Cinderalla se apaixona perdidamente por ele, e sonha em reencontrá-lo novamente.
Nisso, graças à adubação especial, as frutas da horta da menina ficam gigantescas. Setsuko, que também comeu do molho de Cinderalla, também fica gigante. E aí, entra em cena a fadinha, que possui pouco talento para a magia e, depois de ter caminhado pela floresta, morrendo de fome, e quase ter sido dissecada pelos vizinhos, é acolhida por Cinderalla e Setsuko, que tentam auxiliá-la para que consiga fazer mágicas - e, em retribuição, a fadinha ajuda Cinderalla.
Mas aí, Cinderalla descobre sobre o próximo show do Príncipe, e resolve fazer um bico para juntar dinheiro para o ingresso. Ela consegue, mas é barrada na porta, pelo fato de ainda estar viva. A fadinha consegue auxiliar, afinal, Cinderalla, transformando-a em zumbi. E a menina vai de encontro ao Príncipe, que a reencontra - e propõe casamento a ela.
Ainda como na clássica história, Cinderalla precisa fugir por causa que o encantamento cessa ao amanhecer. Mas, em vez de sapatinho de cristal, o que Cinderalla acidentalmente abandona é o globo ocular. Bem, já dá para imaginar, de agora em diante: quando o Príncipe procura por sua noiva, as moças-zumbi tiram fora umde seus olhos, e se aglomeram em frente à estação de TV... bem, não vou contar o final, para não estragar a surpresa. Mas é mais ou menos o que vocês conhecem, claro que é. O clássico final feliz.
Mas dá para perceber que se trata de uma história diferente. A começar, os zumbis não são assustadores, pelo estilo de desenho de Mizuno - eles diferenciam-se das pessoas vivas pela cara "derretida" e pela pele esverdeada, cheia de manchas pretas nas mãos e pés. Ainda há o fator do humor negro, o traço arredondado dos cenários e personagens, e uma pitada de ecchi (quase-hentai), com suas personagens com pouquíssimas roupas - às vezes, só uma calcinha - e, boa parte do tempo, com os seios de fora.
Divertido, também, são os "extras" ao fim da história: uma historinha que esclarece os motivos da comilança de Caroline, uma aula de culinária com o papai de Cinderalla, um clipe do Príncipe e anúncios publicitários falsos. Ao menos, essa é a melhor parte do mangá.
Para quem se interessou, o livro é fácil de achar, foi publicado no Brasil pela editora Conrad, em 2006. Para quem adora mangás, nada mais apropriado - prova de que não é verdade que "quem leu um mangá, leu todos", ou que "os personagens de mangá, como os japoneses, são todos iguais", como muita gente certamente pensa. Claro que não! Mesmo no mundo dos mangás, existe muita variedade. Basta conferir!

GOLIMAR, MAR, MAR, MAR, MAR!
Bem, já que falamos em mortos-vivos, e rapidamente falamos em Michael Jackson, hoje vou postar um vídeo: trata-se da versão feita na Índia do célebre videoclipe de "Jacko". Aproveitando também que, graças às sempre ardilosas e lançadeiras de moda Glória Pérez e Rede Globo, a Índia esteja na moda. Reparem bem no estilo hilariante do cinema indiano, ou, como dizem, "bolywoodiano". Como se sabe, os indianos adoram filmes, e se forem musicais, mais ainda! E este filme é hit no Youtube. Só não descobri o nome do ator, que no refeido site é conhecido por "Chirú Golimar" ou "O Michael Jackson que não teve dinheiro para ficar branco". Mais ainda, reparem (se puderem assistir também ao Thriller original) que a coreografia do cara é quase uma cópia da do Michael Jackson - com alguns passos novos! Esse clipe chega a ser até melhor que o do Jacko, de tão hilário!

Bem, pra concluir, fiquem agora com Letícia. Ou à meia noite, os zumbis levarão suas almas...
Brincadeirinha!
Até mais! (e durmam bem.)

Nenhum comentário: